Hospital de Campanha do Autódromo cria sala para recuperação motora de pacientes da Covid

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Procurando potencializar a recuperação de pacientes acometidos pela Covid-19, o Hospital de Campanha do Autódromo de Brasília começou a realizar sessões de terapia ocupacional para amenizar as consequências motoras da doença. Funcionando há um mês e meio, o espaço utiliza objetos simples para replicar atividades que serão exercidas por essas pessoas quando saírem da internação.
O nome do local é Sala de Terapia Ocupacional na Cinesioatividade. Apesar de parecer complicado, a função do espaço é de fácil entendimento: ajudar o paciente a já sair da internação com uma capacidade maior de voltar a praticar as atividades diárias exercidas antes do coronavírus.
Conforme explica Bruna Nascimento, coordenadora de humanização da Regional DF da Mediall, empresa responsável pelo hospital, este era um projeto que ela já tinha na cabeça há um tempo e pôde colocar em prática no meio de julho. “O nosso espaço tem diversos equipamentos que eu mesma fiz ou comprei para que a gente possa trabalhar a movimentação do paciente. A intenção é que ele já saia do hospital com um maior grau de independência”, explica.
Desta forma, são utilizados pregadores de roupa, bambolês, halteres e cones para reproduzir esforços que serão feitos pela pessoa quando retomar a vida normal. “A gente conversa, vê qual era a rotina desse paciente e desenvolve uns exercícios que duram 10 minutos. O pregador, por exemplo, ajuda a ter de volta força no dedo para segurar uma caneta para escrever ou um garfo para comer”, comenta.
Bruna conta que aqueles afetados pela Covid-19 que precisaram passar por intubação são os que inspiram mais cuidados. “Eles podem perder a força para tomar um comprimido por conta própria, segurar um copo, tomar banho. É esta independência que a gente busca nestas pequenas sessões”, destaca.
Outra iniciativa, desta vez voltada para os funcionários, foi a criação da Tenda de Descompressão. Implantada há duas semanas não apenas no autódromo, mas também nos outros hospitais de campanha da Medial em Ceilândia e no Gama, o local cria um ambiente diferente para relaxar.
Conforme explica o gerente administrativo do hospital de campanha, Leandro Galvão, cerca de 20% dos afastamentos do trabalho eram relacionados a problemas psicológicos como crises de ansiedade e pânico. “A gente tinha o dormitório, a copa, mas ainda ficava dentro do mesmo ambiente, as pessoas saíam e ficavam espalhadas. Foi aí que compramos pufes, fizemos a tenda e inauguramos este espaço”, conta.
A mudança de ambiente, diz Leandro, foi imediata. “A gente começou a receber elogios, as pessoas começaram a conversar mais e ter um outro lugar para descansar. Ajudou bastante”, aponta.