Com 40 mil na fila de espera por atendimento, Saúde do DF vai priorizar pacientes não Covid

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A Secretaria de Saúde vai investir no atendimento de pacientes sem Covid-19. Com uma fila de 40 mil pessoas aguardando atendimento eletivo, a pasta pretende promover diversas ações para regularizar o que ficou represado durante a pandemia de coronavírus. Para aqueles que também estão em espera por cirurgias eletivas, o órgão distrital tem trabalhado para liberar leitos.
De acordo com o secretário de Saúde do DF, general Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, os pacientes hoje internados em unidades de saúde regulares e que estão em tratamento de Covid-19 serão transferidos para hospitais de campanha. “Vamos concentrar pessoas com Covid em hospitais de campanha”, afirmou o titular da pasta, em entrevista coletiva realizada na tarde desta segunda-feira (30/8).
“Precisamos voltar à normalidade”, afirmou o secretário. Em complemento, a secretária-adjunta de assistência à Saúde, Raquel Beviláqua, ressaltou que 105 leitos já foram desocupados após remobilização de pacientes infectados com o novo coronavírus.
Pacientes já foram remanejados dos hospitais de Sobradinho, do Gama, de Samambaia, da Ceilândia e da Asa Norte. “Temos três hospitais de campanha com leitos de suporte ventilatório. Estamos fazendo a remobilização. Vamos continuar com mais pessoas transferidas do Hospital da Asa Norte e outros. Hoje, nossa demanda não Covid está muito maior que a demanda Covid. Temos 40 mil pessoas na fila de espera por atendimento”, pontuou a secretária-adjunta.
A intenção é zerar a fila de atendimento e de cirurgias represadas.
Orientação
No fim de semana, o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou que, nos hospitais permanentes da rede pública do Distrito Federal, os pacientes das alas destinadas à Covid-19 já estavam sendo remanejados para as unidades temporárias (de campanha) desde a última sexta-feira (27/8).
A decisão tem o objetivo de liberar leitos, para poder aumentar a capacidade de realização de cirurgias eletivas que foram acumuladas durante a crise sanitária, e evitar a superlotação da rede. Essa foi uma das várias medidas anunciadas pela Secretaria de Saúde do DF neste fim de semana. A pasta passou por uma troca de comando recentemente.

Contratações
O chefe do Executivo distrital também assinou mais uma medida para a contratação de novos profissionais para reforçar o trabalho da Secretaria de Saúde. Segundo o emedebista, serão convocados 80 farmacêuticos, 53 administradores, 35 fonoaudiólogos, cinco economistas, cinco estatísticos, cinco contadores, cinco analistas de sistema e mais 104 médicos. Esses profissionais atuarão nas áreas de cirurgia do aparelho digestivo, cirurgia do trauma, endoscopia e ortopedia.

“Essas cirurgias do trauma e ortopedia, para nós, são as mais importantes na rede. Hoje, pelo levantamento da Secretaria de Saúde, nós temos muita gente que precisa ser operada. De ontem pra hoje, nós já implementamos, e já vinha sendo feito um sistema de mutirão no Hospital de Taguatinga. Esse mutirão continua agora e vai continuar durante um bom período. Então, a primeira assinatura é exatamente do decreto de nomeação desses servidores. A publicação deve sair entre terça e quarta-feira (1º/9) para que eles possam integrar as equipes da saúde”, completou Ibaneis.

Para o novo secretário de Saúde, general Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, a prioridade é que as medidas impactem diretamente a população. “Eu tenho dito que a nossa prioridade é tudo aquilo que chega mais rapidamente possível à população – os nossos insumos, a questão de RH e também a parte de infraestrutura. É assim que nós vamos nos dedicar e entender toda a sistemática da secretaria, para que a gente possa somar os esforços, principalmente nesse momento de pandemia”, garantiu o general.