“Franca ascensão”, diz pesquisadora da Fiocruz sobre mortes no DF Pneumologista Margareth Pretti Dalcomo avaliou cenário pandêmico no país durante uma live realizada pelo Centro Universitário de Brasília

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A pneumologista Margareth Pretti Dalcomo, uma das principais pesquisadoras da Fiocruz, afirmou nesta quinta-feira (11/3) que o Distrito Federal está em “franca ascensão de mortalidade” em decorrência da Covid-19 e suas variantes.

A declaração ocorreu durante uma live organizada pelo Centro Universitário de Brasília (Ceub), quando a especialista foi a convidada a analisar a situação pandêmica da doença no Brasil. Além dela, participaram da aula magna o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o ex-ministro Carlos Ayres Britto.

Ao comentar os índices de óbitos na pandemia com gráficos produzidos pelo neurocientista Miguel Nicoelis, um dos mais respeitados do país, a médica indicou que o Distrito Federal

“A linha verde, que é a região Norte, onde tudo começou, teve seu pico epidêmico logo em abril do ano passado e agora, nessa segunda onda, uma taxa de mortalidade altíssima. A linha vermelha é o Centro-Oeste, é o Distrito Federal basicamente, onde estão os senhores, mostrando uma primeira onda importante, uma queda, e agora franca ascensão da mortalidade também no Distrito Federal, como nós sabemos, e isso é um dado dinâmico, ou seja, a curva é uma curva em ascensão. Estamos no pior momento da pandemia no Brasil”, disse a doutora em pneumologia.

Em outro gráfico, a pesquisadora avaliou que a situação da pandemia no Brasil também se revela preocupante nos gráficos.

“A linha verde é tristemente o Brasil. Então, enquanto o mundo vive a segunda onda, que é essa linha azul de baixo, já passou a segunda onda e está em franco processo de declínio do número de mortes, o Brasil tem franca ascensão do número de mortes e eu temo que um vaticínio, digamos assim, que possamos chegar a três mil mortes por dia, que seria algo impensável.

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Vacinas

Na mesma apresentação, ministro Ricardo Lewandowski comentou que a compra de vacinas contra a doença pelo governo federal é necessária ao afirmar que “não é nenhum favor” adquirir os insumos para a população.

“O que nós esperamos das autoridades é que elas façam um esforço concentrado realmente para adquirir vacinas. É quase que um esforço de guerra, isto não é nenhum favor porque o artigo 196 da nossa Constituição diz o seguinte: ‘a saúde é um direito de todos e é um dever do estado’, portanto, é um dever do Estado”, disse.

“Precisamos que o Brasil, de maneira muito racional, muito eficiente, que o Brasil comece um processo de vacinação no qual estamos atrasados, para que possamos, se não interromper, então suavizar a curva de transmissão da Covid-19. Não é possível que continuemos a ter informações de vacinação no Brasil por um conglomerado órgão de imprensa. Isso sempre foi feito pelo nosso glorioso PNI [Programa Nacional de Imunização]. E onde está o nosso PNI, que desapareceu? O Ministério da Saúde não nos dá uma informação sobre quantos foram vacinados”, reforçou a médica.