Saúde do DF confirma investigação de paciente com variante da Covid Infectado seria do Piauí e teria endereço no DF. Osnei Okumoto aguarda as informações oficiais a serem enviadas pela Fiocruz

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Secretaria de Saúde do DF confirmou que investiga detecção da variante britânica da Covid-19 em um paciente que seria do Piauí e teria endereço no DF. A pasta aguarda o envio oficial das informações por parte da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Segundo pesquisas preliminares, a variante pode ser até 35% mais letal do que outras cepas. De acordo com a tabela de dados da Fiocruz, chamada Demonstrativo de Linhagens e Genomas Sars-CoV-2, a variante B.1.1.7 foi identificada entre as 11 amostras enviadas à instituição. Ainda não há informações sobre a data das ocorrências.

“Todas as amostras coletadas aqui no Distrito Federal, nas quais são realizados os exames de Covid, de PCR, pelo Laboratório Central de Saúde Pública, são encaminhadas posteriormente para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, que é o laboratório de referência nacional, para fazer o sequenciamento desse vírus”, informou o chefe da pasta, Osnei Okumoto.

“A amostra [da variante britânica] não saiu aqui do Lacen do Distrito Federal (Laboratório Central de Saúde Pública), uma vez que a gente encaminha nossas amostras para o Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, que é o nosso laboratório de referência. No entanto, nós recebemos um comunicado de que essa amostra teria sido coletada no Piauí, através do Lacen do Piauí, e que foi encaminhada também ao Instituto Adolfo Lutz, que é o laboratório de referência deles”, explicou o secretário.

“Esse site da Fiocruz é alimentando pelo GISAID, que é um banco de dados mundial, onde todas as pesquisas de sequenciamento que são feitas e o pesquisador insere os dados lá. Especificamente sobre essa amostra coletada no Piauí, a gente tem buscado o contato para fazer esse levantamento em busca desse indivíduo, para verificar se realmente é um residente do Distrito Federal que já não tem o dado atualizado no cartão SUS e está no Piauí hoje, ou fazer toda essa investigação e identificação dessa pessoa”, ponderou Cássio Peterka, diretor de Vigilância Epidemiológica.

Circulação

Devido à circulação de variantes do novo coronavírus pelo país, Peterka fez um alerta para os cuidados que devem permanecer. “É muito importante que a gente lembre que, embora tenham outras variantes circulando, elas existem porque a transmissão foi aumentada e isso fez com que o vírus fosse mudando e se adaptando.”

“Então, as medidas de prevenção continuam as mesmas. A gente tem que evitar aglomerações, usar a máscara, lavar sempre as mãos, usar álcool em gel quando não puder lavar as mãos. Isso faz não só com que a gente diminua os riscos de introdução de uma variante, mas também que surja uma variante no Distrito Federal”, ressaltou.

Para o procurador distrital dos Direitos do Cidadão e coordenador da força-tarefa que fiscaliza as medidas de combate ao coronavírus, Eduardo Sabo, com a confirmação, pela Fiocruz, de que a variante britânica da Covid-19 está em circulação no Distrito Federal, os protocolos de prevenção da doença se tornam mais importantes para evitar a transmissão.

De acordo com especialistas, uma das formas de reduzir a velocidade e a incidência das mutações das cepas é acelerar a vacinação. Quanto menos o vírus circula, sustentam, menos ocorre sua mutação e maior é a chance de os imunizantes disponíveis serem suficientes para proteger a população”, frisa.