Pico da Ômicron no DF deve chegar em duas semanas, avalia secretário

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A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES) prevê que o pico da variante Ômicron da Covid-19 no DF chegue nas próximas duas semanas, ou seja, em meados de fevereiro. A pasta, no entanto, acredita que haverá uma brusca queda de casos já no fim do próximo mês.
Os anúncios foram realizados durante coletiva de imprensa da pasta nesta quinta (27/1).
Para o secretário adjunto de Assistência à Saúde do DF, Fernando Erick, a sobrecarga no sistema de saúde pelas síndromes gripais, assim como os níveis de transmissão da nova cepa, deve chegar em patamares ainda maiores que os atuais.
“A gente trabalha com a previsão de que essa ascensão acelerada [da Ômicron] possa chegar nas próximas duas semanas, até meados de fevereiro. Nossa expectativa é de reduzir o platô de permanência desses elevados casos e esperar uma queda igualmente rápida ainda para o fim do próximo mês”, avalia.
Até o momento, a pasta identificou 125 casos da variante no DF. O Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) registrou 96 sequenciamentos da variante, enquanto os outros 29 foram analisados pelo Hospital da Criança do DF.
O gestor ainda comentou sobre a alta do número de casos, que aumentou 1.371% em pouco mais de 20 dias no DF, segundo a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan): “Em nenhum estudo, nós prevíamos esse ritmo acelerado da transmissibilidade [da variante Ômicron]. Do ponto de vista sanitário, não há precedentes. Compara-se a sarampo, compara-se aos grandes desafios relacionados à transmissibilidade que já enxergamos no mundo”.
Avaliação do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde também prevê o pico de casos da variante Ômicron no país entre 10 e 20 de fevereiro. Há expectativa que, devido às altas taxas de vacinação, haja diminuição constante logo após, como é observado em outros países.
Em conversa com jornalistas nessa quarta-feira (26/1), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o país deve ter um quadro semelhante ao de nações europeias.
“O Brasil deve ter um padrão, pelo nível de vacinação que nós temos, semelhante ao que acontece na Espanha, na França, no Reino Unido, em Portugal. Em média, o pico da Ômicron chega em torno de 40 ou 45 dias”, pontuou.
Queiroga também ressaltou que, caso haja uma pressão maior sobre o sistema de saúde, a pasta tem estrutura para fornecer a distribuição de insumos que venham a ser necessários, como medicamentos para kit intubação.
Relembrou, porém, que a variante Ômicron tem um modus operandi diferente: “Às vezes, em uma situação como essa, em vez de leito de UTI o que a gente precisa é mais leitos clínicos e fortalecer o atendimento na atenção primária”.
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Casos entre profissionais de saúde do DF dispara
Além de pacientes, profissionais da saúde também são afetados. Dados obtidos pela coluna Grande Angular apontam que o número de trabalhadores afastados por doenças respiratórias era de 422 em novembro de 2021. De 1º a 20 de janeiro de 2022, a quantidade saltou para 1.556. O impacto nos servidores da Secretaria de Saúde saltou 268,72% em dois meses.
O cenário “preocupante” para o secretário da Saúde do DF, Manoel Pafiadache, é motivo de reposição no quadro de atendimento da pasta. Ainda durante a coletiva nesta quinta, o gestor anunciou a contratação de 62 médicos e 362 técnicos de enfermagem temporários pelo período de um ano.
A Secretaria de Economia confirmou ao Metrópoles a liberação de R$ 32 milhões para a contratação emergencial. Ela é tratada como prioridade para a pasta, que tenta concluir a liberação até amanhã.
DF: Economia libera R$ 32 mi para contratação temporária de médicos
“A Secretaria de Economia está viabilizando R$ 32 milhões para que a Secretaria de Saúde possa reforçar seu quadro de servidores, algo tão importante para melhorar ainda mais os serviços oferecidos para a população, e que ganha ainda mais relevância no contexto da pandemia”, destacou à coluna Janela Indiscreta o secretário de Economia do Distrito Federal, Itamar Feitosa.
Na última terça-feira (25/1), o DF atingiu a ocupação máxima de leitos de UTI da rede pública. De acordo com a Secretaria de Saúde, 90% das pessoas hospitalizadas pelo novo coronavírus, na mesma data, não tomaram o imunizante contra a doença ou estão com ciclo vacinal incompleto. “A vacinação incompleta é tão difícil quanto a não vacinação”, avalia Pafiadache.