Janssen pede autorização para testar vacina da Covid em crianças no DF Estudos na capital do país serão coordenados pelo instituto L2IP, mas ainda precisam ser aprovados por órgãos reguladores, como a Anvisa

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Teste da vacina contra a doença de coronavírus (COVID-19) na Tailândia

O laboratório Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, pretende realizar testes de sua vacina contra o novo coronavírus em crianças e adolescentes de até 17 anos no Distrito Federal. O Instituto L2IP, que será o responsável pelo trabalho na capital do país, aguarda autorizações de órgãos reguladores para o início dos estudos.

Como parte das pesquisas de fase 3, a vacina contra a Covid-19 da farmacêutica Janssen foi testada em voluntários brasilienses adultos no fim do ano passado. Agora, será a vez de realizar estudos em menores de 18 anos. A previsão é de que os testes do imunizante sejam destinados a crianças entre 3 meses e 11 anos de idade, bem como a adolescentes entre 12 e 17 anos.

Neste mês, o L2IP chegou a abrir um pré-cadastro de voluntários no site da empresa, que deveria ser preenchido por um representante legal do menor. Contudo, devido a notícias falsas divulgadas em redes sociais, no sentido de que os testes estavam em andamento, o grupo suspendeu, temporariamente, a pré-inscrição até que garanta as devidas autorizações para iniciar o estudo

Diretor do instituto, Eduardo Freire Vasconcellos pontua que “o estudo está em trâmites regulatórios no Brasil”. “Ainda não há data certa, tem de ser aprovado pela Anvisa, pela Conep (Comissão Nacional de Ética e Pesquisa), pelo CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança)…”, assinala.

Uma vez que a vacina da Janssen existe para a população adulta, os estudos em crianças e adolescentes serão testes de fase 3. “Queremos um pouquinho de colaboradores de cada idade, para ficar um leque maior. Os familiares serão comunicados bem antes, e, depois, agendaremos uma visita para fazer exames e saber se a criança pode participar”, explica o diretor do L2IP.

Segundo Vasconcelos, a participação é voluntária. “O estudo não pode cobrar de ninguém nem dar benefícios. As pessoas recebem um documento e assinam um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, por meio do qual são informadas sobre o estudo. A partir daí, elas podem participar como voluntárias”. E reforça: “Os participantes não terão despesas, mas também não receberão benefício financeiro”.