Covid-19: Anvisa aprova uso emergencial da vacina Janssen no Brasil Em reunião da diretoria colegiada, órgão decidiu que a fórmula de uma única dose é segura e eficaz, e pode ser aplicada no país

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Em reunião extraordinária da diretoria colegiada nesta quarta-feira (31/3), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu aprovar o uso emergencial da vacina da Janssen, empresa que é o braço de imunizantes da Johnson & Johnson.O processo da Janssen foi analisado por meio de “submissão contínua”, quando a Anvisa revisa os documentos conforme vão sendo entregues, possibilitando maior rapidez na resposta. Meiruze Freitas, relatora do processo da Janssen, lembrou que o processo de 29 mil páginas foi revisado em cinco dias úteis, dentro do prazo. “A Anvisa segue cumprindo sua missão de proteger e promover a saúde da população de forma ágil, transparente e comprometida com o enfrentamento da pandemia. Aqui, não soltamos as mãos. Juntos, também estamos no enfrentamento da pandemia”, disse.O diretor Alex Machado, que acompanhou o voto da relatora, lembrou que o Brasil vive um cenário de terror, que apavora a população. “Façamos a nossa parte, oremos pelos mortos, pelas famílias e pelos nossos. Esse é um momento de tortura, e cada ‘não’ ou ‘sim’ dessa agência é um sopro de esperança”, diz.

A área técnica do órgão, representada pelo gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos, Gustavo Mendes, explica que o imunizante só é recomendado para maiores de 18 anos, em dose única, e não deve ser administrada em pessoas com hipersensibilidade aos componentes da fórmula.

Gustavo afirmou ainda que não existe possibilidade de o material genético envolvido no processo de fabricação da vacina causar qualquer mudança no organismo do paciente além de desencadear a resposta o sistema imunológico.

“Não foram identificadas preocupações de segurança de ensejassem uma investigação específica”, afirmou Mendes. A área técnica decidiu que o imunizante é eficaz, seguro, e pode ser aplicado em dose única. Foi documentada uma eficácia global de 85,4% 28 dias depois da administração.

Eventos adversos
Quanto aos eventos adversos, não foram observadas reações que gerem preocupação grave, apenas as comuns: febre, dor de cabeça, dor no corpo, etc. A Anvisa considera que não há informações suficiente sobre a aplicação em mulheres grávidas, a administração com outras vacinas, a eficácia a longo prazo e o funcionamento contra as variantes.

“Todas as vacinas que aprovamos até o momento previnem casos sintomáticos. Ainda não aprovamos nenhuma que evite a transmissão do vírus, esses dados ainda não foram gerados porque a pesquisa é complicada. Mesmo com as vacinas, é importante manter o distanciamento, higiene e uso de máscaras para evitar que o vírus circule”, afirma.

Apesar de ter sido aprovada, a Janssen ainda deve apresentar documentos de estabilidade e que as vacinas são idênticas não importa o local de fabricação, em abril, julho, outubro, e em janeiro do próximo ano. A empresa também deve enviar relatório de avaliação benefício-risco a cada três meses.

Com a autorização para uso emergencial, um número pré-determinado da vacina da Janssen pode ser aplicado na população. O governo federal já fechou a compra de 38 milhões de doses do imunizante, que devem ser entregues no quarto trimestre de 2021.

A vacina da Janssen já foi aprovada para uso emergencial pelo órgão regulatório americano (FDA), canadense, europeu (EMA) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).